Atravessamos mais uma quadra Natalícia, o que me leva a reflectir sobre a verdadeira essência da sua mensagem.A importância dada ao capitalismo e o poderio financeiro de algumas marcas de renome, sujeitam um dos mais bonitos períodos do ano a uma crise existencial e até a uma total perda de identidade.Arrisco-me a dizer que o verdadeiro e aparentemente inviolável espírito desta época festiva, se encontra mascarado por detrás duma mentalidade altamente consumista e gastadora.Somos invadidos com milhares de anúncios publicitando eventuais compras que, segundo dizem, possuem uma qualidade inquestionável. Induzem-nos a comprar de tudo, tentando iludir o público-alvo.Há, inquestionavelmente, um aproveitamento excessivo de um fenómeno chamado Natal, por parte dos beneficiados com o aumento da procura. Utilizam-no para catapultarem o número das receitas, aparentando estarem a contribuir para a realização dos desejos mais requintados.Para todos aqueles que se deixam encantar pela sedução comercial, relembro o significado (alheio à qualquer religião), da magia peculiar que envolve o dia 25 de Dezembro. Valores como a Amizade, Alegria, Fraternidade, Companheirismo, são enaltecidos de uma forma bastante saudável. A reunião da Família na noite da consoada, preserva a sua união, assim como a simbólica entrega de presentes reproduz fielmente uma retribuição pelo carinho que todos nos dispensam. O materialismo é esquecido, dando lugar ao valor simbólico que cada gesto nos concede.O Mundo está sujeito a uma panóplia de contingências que o remetem para o seu estado actual. No entanto, há que saber romper o superficial e viver o verdadeiro sentido das coisas.Sintamos o Natal, felizes e conscientes de lhe podermos tomar o gosto por inteiro.